sexta-feira, 27 de maio de 2011

Minha sombra


Livres somos se as idéias são expressadas em palavras que vão como vento. São como o orvalho de uma manhã de inverno que permanece na manhã fria, contudo, mesmo desnecessário o calor logo vem; e o que era frio já não permanece mais. Palavras vêm e logo vão, entretanto as intensas permanecem, mesmo na tarde de um verão. Passa tempo, tempo passa, mas as tuas permanecem no meu coração como aquela oração que se tornou única enquanto lembrava o nosso amor. Aquelas palavras de afago queriam dar colo sem saber que no fundo iriam decolar. Elas vinham de um coração calejado por amores não vividos, sonhados e não realizados; mas você me proporcionava palavras com gestos mudos, e seus olhos diziam mais do que todo meu vocabulário, se resumido em um simples sorriso. Saudade dos nossos incontáveis momentos, eles revivem na minha mente e perturbam o coração com uma esperança vã de revivê-los não só ali. Eles tomam vida própria, são como uma sombra que nasce pronta para me seguir pelo café da manhã até o deitar. O momento de liberdade vem quando as palavras não conseguem sair pelos lábios, mas percebo os olhos com lágrimas sem fim. E paro tudo, penso em você, mas consigo escrever só PALAVRAS.