sexta-feira, 28 de outubro de 2011

I o Conto'


Flores?! Conto para você como andam os dias do meu outono e das noites que ultimamente fazem mais frio à  vontade de tomar sorvete; quero te contar que tem dias que o meu sorriso ainda continua o mesmo, cheio de dentes, amarelo e muita das vezes sai sem querer, quando encontro na memória coisas que me chegariam mais próximo de você. Sei, nos seus ombros eu chorei e chorei, mas confesso que muitas vezes eu só queria os seus ombros porque o travesseiro já não me bastava mais. Hoje falo que foi sim engraçado, emocionante, e quão bom foi chorar e rir ao mesmo tempo com suas caras e bocas. Agora chego e vejo que meu céu está mais azul e as flores da Alfena a deixam linda, como o Ipê que sempre floresce amarelo como o meu sorriso.  Queria te contar que os meus olhos já se fecham mais facilmente, e os meus braços já estão abertos para receber a felicidades; fui embora porque aqui não tinha mais os mesmos braços. Sei perceber que existe pequenos cada dia maiores, e com os poucos e desengonçados passos percebo as muitas risadas me provocarem para o gargalhar. O abraço está guardado com o porta-retrato que espera ansiosamente a nova foto. Olhando o teto do meu quarto vejo que as estrelas ainda brilham como as do céu, já outras estão guardadas numa caixinha, caixinha que sei, ainda não está na hora de abrir e lá elas não deixam de brilhar.  Enquanto isto, espero ansiosamente poder pegar a caixinha, tirar as estrelas, e colá-las no meu teto, sim quero desenhar o meu jardim, muitas flores sendo que algumas caem no outono, mas ali além da lua que é cheia, as estrelas ainda brilham forte. Onde o jardim está, eu quero te contar.

domingo, 16 de outubro de 2011

Era só'


Semana vai, semana vem e me encontro sempre com você. Você me olha dormir e em seus olhos vejo nascentes de cachoeiras, como se ali as nascentes não tivessem fim. Logo você levanta, passeia pelo meu quarto e se espanta, porque ainda tenho sua foto 3x4 no meu porta retrato, e a foto do nosso primeiro encontro pendurada no meu mural. Quando você olha no canto do meu quarto, vê caixas e caixas de cartas, algumas foram escritas por você, outras até mesmo por mim, você nunca tinha visto, não tive coragem de te mostrar. Você sem saber o que estava escrito, senta e começa abrir os envelopes e vê que algumas delas tinham poucas palavras como TE AMO. Você sem saber o que fazer, me acorda do meu sono tão profundo, só para poder me olhar nos olhos e ver o que era real. Eu mais que sem pressa, te abracei mais forte que pude, afinal aquele sim poderia ser nosso último abraço. Agora já não eram mais seus olhos que derramavam rios, e sim os meus. Te ter por perto, era o presente mais esperado de todas as tardes em que o café já não era quente. Suas mãos levemente tiravam do meu rosto os meus cabelos, e com um leve toque levanta meu rosto, me olha nos olhos e  diz: ‘Serei sempre com você!’ Ali suas palavras me confortaram, saiam acopladas com verdade, e só elas me bastavam naquela manhã que fazia 25°C no meu horário de verão. Algum momento depois percebo que você parece já não sentar mais na minha cama nem seus olhos me olharem e o meu sono já não é tão profundo como antes. Em desespero abro meus olhos e não consigo te ver, com minhas mãos tento te encontrar no escuro do meu quarto querendo seu abraço.  Logo percebo que você nunca esteve aqui, tudo não passava de um sonho.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

a Nova'.

Olhei pra cama e vi nela sonhos que ficaram no meu travesseiro, fruto da noite mal dormida, e antes mesmo do meu acordar, pego os sonhos e os coloco na mala; carrego-os durante todo o dia; chegada à hora de dormir, eu mesma recolho meus sonhos e os coloco no travesseiro, fazendo disto o meu ciclo vicioso favorito. Foi quando me olhei no espelho, ao ver um corpo sem sonhos, simplesmente dei por mim que tive minha mala roubada. Ali não havia cor, e minha imagem em preto e branco só tinha um coração que batia e entre as artérias e as veias, havia um fluxo que apenas mantinha a vida. Sentei, olhei para mim, apenas via um emaranhado de fios passarem em mim, e com meus pensamentos emaranhados, só não soube pra onde começar. Enquanto os olhos ainda estavam em mim, levantou-se o amor- amor por mim. Lá, cada minuto passado é um a menos, e quero VIVER, decidi, hoje só quero ser feliz, não me importa se amanhã vou ser feliz ou se sofrerei ainda mais pela sua ausência, mas hoje eu decidi QUERO SER FELIZ . E em lágrimas, abri o guarda-roupa, e a nova mala estava lá, vazia, esperando meus novos sonhos. Hoje quando dormir, quero que nela estejam somente os meus sonhos. São os sonhos que nos motivam a viver, e a felicidade vem de uma decisão... ABRA-SE pro novo. Se você se fechar em você, não haverá sorrisos ou gargalhadas, e ver o mundo como ele é, realmente é pra poucos, e eu quero estar na minoria. Por que a vida não se resume a uma só dor, e sim em coisas grandes que estão por vir. Sim, a minha mala está vazia, e hoje ao passar de meio relógio, voltei a olhar no espelho, parecia tudo igual, mas no pequeno detalhe vi uma pequena porção do meu coração em cores. Mudar é dificil, mas é preciso para um novo muito melhor. 
Então: 
- Abro-te, mala !

Hoje'

                                  Decidi ser feliz, e só!

sábado, 8 de outubro de 2011

Réu'

Como é que o coração fica aberto em cima de uma mesa da sala de estar?! Impossível, é não perceber que o coração já estava aberto dentro de mim, dentro de ti... O coração abre com o olhar encontrando pelos teus olhos que iluminaram o hoje, agora são planos do amanhã... É lá; então vejo os pequenos dedos, semearem o amor- e como terra fértil, brotar a semente. Chego a ficar só com lembranças de um futuro que hoje já não existe mais, aliás, futuro nunca acontece, por ver o presente cheio de tempos. 'Curtir o tempo', é uma boa dica, porque cedo ou tarde ele passa pra você, entretanto ter na garganta palavras como:  '-Ne Me Quitte Pas, significa que não aprendeu nada desta vida, afinal, dos sonhos sempre somos réu; e sempre lá em quatro paredes, há janela, basta ter força para pular! O que nos trouxe até aqui foram os pensamentos que são como árvores presas ao chão, já eu, quero ser como a rede amarrada em nuvens, afinal é bem alto onde eu não consigo colocar as minhas mãos, que encontro o sono para sonhar e sonhar. Se sonhar muito ou pouco faz mal, vivo fazendo mal para mim mesma, afinal sim, o coração está aberto em cima da mesa.