Diante dos meus olhos, queria poder te ver passar. Todas às
vezes tomo capuchino, sentada a beira do ponto de ônibus, a música favorita,
toca, uma, duas, três vezes... O relógio só me avisa que você tem ido, e meus
olhos e meu rosto sentem a presença da idade, são necessidades simples mas
meus olhos já não têm a mesma intensidade e nem percebo que tens andado... Eu
sei... devia medir o tempo pelas pulsações do coração. Não vejo pessoas que
mais amo por dias, algumas hoje nem se lembram mais do meu nome, a
distância nos perdeu. Perdi em um mundo "sen-horas", sem tempo, onde o almoço se
resumia nos casos clínicos. Sinto meus olhos caírem no fim
do dia, desejando somente que você, tempo, fosse eterno. Acordo e
mais um dia se vai, assim outro, meses e anos. Onde você foi parar?! Na falta
de tudo aquilo que eu não tinha na minha janela...