Mudo como as gotas, e faço delas chuva de pétalas. Faço porque faço, faço porque me é cobrado, faço por ter costume, e às vezes pelo gosto.Vejo pássaros voarem sobre mim e quererem dos meus cabelos: ninho.
Meu porto seguro saiu das plantas dos pés, crio asas, vejo pessoas choramingando, tecendo, correndo contra ti, vida e morte Severina. Sei que os olhos
secaram, sem tempo e força pra chorar; é como aquela que me chamou de
filha. Aqueces meus lábios em frias noites, porque meu sonho é seu em todas as lua cheia. Tenho corrido, voltado, comido, sentado; lido um pouco: romances, auto-ajudas; enfim vivido. Choro de rir, soluço, as vezes compro.
Ando de salto, tênis, às vezes vermelha borrada. Jujubas roxas, eu sempre
joguei pra longe, bebo coca de canudo, pulo corda, ando de bicicleta com
blusa de capuz cinza. Encontro comigo mesma, toda vez que me olho no espelho. Meu
momento - penso no que comi, no que vivi, penso em você, sorrio pra
mim: tenho paz!
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Programei-me
“É melhor pararmos por
aqui. Eu sei, eu sei, é muito cedo. A nossa história se quer começou. Mas
acredite em mim, eu quase sempre tenho razão, vai ser melhor assim. Eu não sou
quem você sempre esperou. E por mais que eu goste, ou esteja gostando de você,
isso não vai ser o suficiente pra me fazer mudar. Ainda vou continuar te
tratando como se não me importasse. Ainda vou te fazer esperar e vou dizer as coisas mais erradas seja o momento qual for. Mas
não é que eu não me importe. Não é que eu goste de chegar atrasado só pra
parecer uma estrela de cinema. Não, as minhas palavras não são pra te machucar.
Mas entende o meu lado. Esse sou eu. E não tem como mudar. Não consigo ser
melhor que isso. E, por favor, não me venha com essa historia de que você me
conhece e que sabe que, eu sou mais do que isso. Não venha com histórias que eu
devo ter sofrido algum tipo de trauma na infância ou sei lá o que. Cara, você
não cursou psicologia e não estamos sentados num divã. Você me conhece há
quanto tempo? Pois, eu me conheço a vida inteira. Estou aprisionado nesse corpo
desde que nasci. Você acha mesmo que gosto de ser assim? Que eu me agrado em
afastar as pessoas? Sabe, eu já tentei. Você não é a primeira pessoa por quem
eu me apaixono. Assim como não é a primeira por quem eu tento mudar. E também
não vai ser a primeira de quem eu me despeço. É que simplesmente não dá. Porque
a história vai se repetir, sempre se repete. Vou te fazer meia dúzia de
promessas e recitar algumas palavras bonitas e vamos revolver o resto dos
problemas entre os lençóis. Mas depois de alguns dias eu vou começar a fazer
tudo de novo e você vai querer me cobrar o que te prometi. E eu não vou ser
capaz de cumprir, pelo simples fato de eu, ser eu. Pelo simples fato, que eu
faço tudo errado. Então me entende, porque, dessa vez, eu estou tentando fazer
a coisa certa. Ficar ao meu lado, não é o que a vida reservou pra você. Então
segue o roteiro.”
— Querido John
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