quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Camaleão'


Em frente à lareira, sinto-me aquecida como se ali o inverno nunca pudesse chegar. Diante de mim vejo aos poucos o fogo tomar conta dos livros e das fadas que neles estão, assim sobrando para mim à grama verde e molhada, ou do picknic no qual a maçã ainda é verde limão. O cheiro da manhã tem sabor de água de chuva, sim,  gosta de levar consigo tudo que não é seu. São mãos que tocam o chão, como se ali, fosse reviver cada barco ou cada avião que partiu, te levando para longe das minhas sementes; e desde então comecei a tomar sementes, seja no café ou até ao dormir; com os olhos que ainda sentem falta do brilho que bate no espelho e reflete em mim. A manhã nublada faz do meu café frio, e mesmo com toda esta opção de filmes de drama, eu ainda prefiro as comédias. As gotas que caem do céu são vermelhas como a cor do morango, sua fruta favorita. São lindos os gestos mudos, acompanhados com a sua sutileza quando me diz sim. Sei que tenho momentos cor-de-rosa ou até laranja, mas não deixo de ser o camaleão que está sempre sentado em frente à lareira.

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